sábado, 8 de fevereiro de 2014

O "funk de boutique" do Jamiroquai - É bom e eu gosto!



Boa tarde amigos da música inteligente!

E hoje, dia de retorno do Planeta Música Inteligente, gostaria de falar-lhes sobre uma de minhas bandas favoritas de todos os tempos; o Jamiroquai.

Inicialmente, seria um desserviço desconsiderarmos nossos primeiros contatos com a música (inteligente) e, porque não, nossas primeiras influencias a título de vida, o que, sem dúvida, também corrobora o intelecto e, por consequência, a música (inteligente); meus primeiros contatos com o Jamiroquai foram por meio de meus irmãos, André, Emanuel e Denis, que antes de mim se interessaram pela banda e, direta ou indiretamente, me fizeram adorá-la, talvez não no sentido literal da palavra.

E não é para menos. O Jamiroquai é uma banda britânica (talvez meu berço musical favorito) do chamado "Jazz Funk" ou, para os mais rotulares, "Acid Jazz" (particularmente, me identifico mais com a simples denominação de Funk - aquele de verdade, é sempre bom ressaltar), liderada pelo extravagante Jay Kay, um frontman, no mínimo, competente.

Mas, atentemo-nos ao título do post, fazendo referência a um suposto "funk de boutique", rótulo que já li e ouvi ser utilizado pelos menos entusiastas do som da banda.

O tal "funk de boutique" é uma expressão pejorativa, frequentemente utilizada para satirizar o "acid jazz", com argumentos, na minha opinião falhos, que visam desmerecer o referido estilo musical em detrimento de um funk mais vanguardista, oriundo da segunda metade da década de sessenta, cujas principais influências vêm do Jazz e do R&B, mas com um groove mais enfático e mais sugestivo do que seus dois estilos influenciadores.

Em suma, inicialmente o funk fora executado por artistas negros, como James Brown e Stevie Wonder por exemplo, e, para os críticos do chamado "Acid Jazz", o "funk de boutique" nada mais é do que um funk negro sendo executado por músicos sem swing para fazê-lo; leia-se, um "funk de branquelos" (o que me lembra o clássico "Reggatta de Blanc" do Police; mas esse fica para outro post).

Particularmente, se é para falar em raça e música, sou um fã assumido da música negra; não há que se negar o talento, musicalidade, swing e desenvoltura sui generis de Miles Davis, John Coltrane, os supramencionados James Brown e Stevie Wonder e afins.

Mas, para mim, a música é e sempre será MUITO mais do que raça. A música de qualidade é sempre concomitante e nunca excluidora. A música de qualidade pode ser criada por brancos, negros, pardos, amarelos e afins; para a música de qualidade, na minha modesta opinião, não há fronteiras, sejam elas intelectuais ou ideológicas. Não a toa, assumidamente, a maior influência musical de Jay Kay, quiçá do Jamiroquai, é Stevie Wonder.

Portanto, "funk de boutique" ou não, o Jamiroquai é uma banda que faz uma música de extremada qualidade e que eu absolutamente recomendo à todos os públicos, pois, na minha modesta opinião, a música de qualidade possui linguagem universal, destarte, não há necessidade de nos prendermos a rótulos; ao roqueiro, ao jazzista, ao contrabaixista clássico e afins, recomendo sua audição, qual seja um excelente exercício para os ouvidos, uma alegria indescritível para as nossas pernas e um deleite intelectual.

 De sua discografia, destaco os excelentes "Emergency on Planet Earth" (disco de estreia da banda e meu favorito, diga-se de passagem);



 "The Return from Space Cowboy" e



"Travelling Without Moving" (seu maior sucesso comercial e uma verdadeira obra prima).




Enquanto isso, "pega" esse show e sinta toda a energia do maravilhoso "funk de boutique":

Jamiroquai - Live at Paleo

Enjoy!



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