sábado, 25 de dezembro de 2010

Abbey Road - Beatles, The



Abbey Road - Beatles, The


Track List:


Lado A:

1. "Come Together"   4:20
2. "Something" (George Harrison) 3:03
3. "Maxwell's Silver Hammer"   3:27
4. "Oh! Darling"   3:26
5. "Octopus's Garden" (Starkey) 2:51
6. "I Want You (She's So Heavy)"   7:47


Lado B:

1. "Here Comes the Sun" (George Harrison) 3:05
2. "Because"   2:45
3. "You Never Give Me Your Money"   4:02
4. "Sun King"   2:26
5. "Mean Mr. Mustard"   1:06
6. "Polythene Pam"   1:12
7. "She Came in Through the Bathroom Window"   1:57
8. "Golden Slumbers"   1:31
9. "Carry That Weight"   1:36
10. "The End"   2:05
11. "Her Majesty"   0:23


Músicos:

John Lennon - Guitarra base, vocal
Paul McCartney - Contrabaixo, vocal
George Harrison - Guitarra solo, vocais
Ringo Starr - Bateria, vocais


Produtores: 

George Martin
Alan Parsons
Tony Banks
Geoff Emerick


Beatles, The:

"Beatles, The" foi uma banda de rock britânica, formada em Liverpool em 1960 e um dos atos mais comercialmente bem-sucedidos e aclamados da história da música popular de todos os tempos; essencialmente, um fenômeno. A partir de 1962, o grupo era formado por John Lennon (guitarra base e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal). Enraizada do skiffle e do rock and roll da década de 1950, a banda veio mais tarde a assumir diversos gêneros que vão do folk rock ao rock psicodélico, muitas vezes incorporando elementos da música clássica e outros em formas inovadoras e criativas. Sua crescente popularidade, que a imprensa britânica chamava de "Beatlemania", fizeram com que eles crescessem em sofisticação. Os Beatles vieram a ser percebidos como a encarnação de ideais progressistas e sua influência se estendeu até as revoluções sociais e culturais da década de 1960.

Com a formação inicial de Lennon, McCartney, Harrison, Stuart Sutcliffe (baixo) e Pete Best (bateria), os Beatles construíram sua reputação nos pubs de Liverpool e Hamburgo durante um período de três anos a partir de 1960. Sutcliffe deixou o grupo em 61, e Best foi substituído por Starr no ano seguinte. Abastecida de equipamentos profissionais moldados por Brian Epstein, que depois se ofereceu para gerenciar a banda, e com seu potencial reforçado pela criatividade do produtor George Martin, os Beatles alcançaram um sucesso imediato no Reino Unido com seu primeiro single "Love Me Do".

Ganhando popularidade internacional a partir do ano seguinte, excursionaram extensivamente até 1966, quando retiraram-se para trabalhar em estúdio até sua dissolução definitiva em 1970. Cada músico então seguiu para uma carreira independente. McCartney e Starr continuam ativos; Lennon foi baleado e morto em 1980, e Harrison morreu de câncer em 2001.


Abbey Road:


Caríssimos amigos leitores,

Primeiramente, um felicíssimo natal e um próspero ano novo a todos vocês! E continuem acessando o PLANETA MÚSICA pois, o mesmo, NÃO PARA! Semanalmente, aos sábados mais especificamente falando, trago e divido convosco minhas resenhas e sugestões musicais!

Pois bem, hoje continuaremos numa linha dos clássicos absolutos da música; continuemos a retratar o vintage, a essência do rock e sua história; vamos aos Beatles!

Aparentemente tarefa fácil, vide o número de informações e marcos históricos que rodeiam os quatro carinhas de Liverpool, acreditem-me; Falar dos Beatles, ironica e contraditoriamente, é difícil. Melhor dizendo, é difícil resumir, é difícil ter coerência para nem escrever demais, nem omitir fatos e fontes históricos, além de, evidentemente, abordar toda a enorme riqueza artística da banda.

Enfim, minha escolha específica de um álbum foi, como vocês podem ver, Abbey Road; décimo segundo e último disco da carreira dos mesmos (salve "Let It Be", lançado posteriormente, porém, com músicas compostas anteriores a Abbey Road).

Confesso-lhes; poderia ter escolhido diversos outros discos dos quais sou fã e entusiasta de sua riquíssima história musical, tais como Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, White Álbum, Revolver, enfim; Mas creio que, na minha opinião evidentemente, Abbey Road é insuperável e, fundamentalmente, meu disco preferido de toda a brilhante carreira dos Beatles; e explico-lhes o porque.

Comecemos pela capa do disco; uma das melhores e mais "enigmáticas", por assim dizer, capas de todos os tempos. Para quem não sabe, à época, corria o boato que Paul McCartney estaria morto, vítima de um acidente de carro em 1966; entramos no mundo das incertezas e mitos das mensagens subliminares.

A foto da capa do disco conteria supostas "pistas" que dariam força ao rumor de que Paul estava morto: McCartney está descalço, fora de passo com os outros, está de olhos fechados, tem o cigarro na mão direita apesar de ser canhoto, e a placa do fusca, em inglês, "beetle" estacionado é "LMW" referindo se as iniciais de "Linda McCartney Widow" ou "Linda McCartney Viúva", abaixo o "281F", supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se estivesse vivo. (O I em "28IF" é realmente um "1", mas isso é difícil de se ver na capa. Um contra-argumento é que Paul tinha somente 27 anos no momento da publicação de Abbey Road, embora alguns interpretem isso como ele teria um dia 28 anos se ele estivesse vivo.)

Os quatro Beatles na capa, segundo o mito "Paul está morto", representariam o Padre (John, cabelos compridos e barba, vestido de branco), o responsável pelo funeral (Ringo, em um terno preto), o cadáver (Paul, em um terno, mas descalço - como um corpo em um caixão), e o coveiro (George, em jeans e uma camisa de trabalho denim). Além disso há um outro carro estacionado, de cor preta, de um modelo usado para funerais e eles andam em direção a um cemitério próximo a Abbey Road. Notem também que atrás do Paul tem um carro como se estivesse passado pelo mesmo lugar que ele está. Outra suposta pista seria que na contra-capa do álbum, ao lado esquerdo da palavra Beatles, teria 8 pontos formando o número 3 (sendo então "3 Beatles").

Por fim, analisemos tal mito de uma maneira muito clara e objetiva: MARKETING. E, vide repercussão até os dias de hoje, uma ação de mercadologia que deu mais do que certo (risos).

Musicalmente falando, caros amigos, o disco traz algumas peculiaridades interessantes: A idéia de McCartney, juntamente com o quinto Beatle, o grande produtor George Martin, era compor um disco simples, sem a utilização de overdubs (gravação de estúdio realizada por canais separados) dando assim uma roupagem mais orgânica ao mesmo, porém com arranjos e melodias bem trabalhados; o resultado? A grande obra prima, Abbey Road.

Aos amigos leitores menos familiarizados com tais termos técnicos de recursos de gravação, tentarei explicar-lhes a diferença entre uma gravação com o recurso de "overdubs" e uma gravação sem tal recurso:

Uma gravação em overdubs possibilita, por exemplo, a gravação de duas ou mais guitarras, executadas pelo mesmo guitarrista e, por fim, fazendo junção a mesma música; Pode-se captar, por exemplo, um diferente som de guitarra sem distorção, utilizando-se um canal de gravação estéreo, utilizando-se também um tipo de microfone e um posicionamento de amplificador específicos e obtendo-se, por tanto, um tipo específico de timbre; Concomitantemente, pode-se realizar o mesmíssimo procedimento para obter-se um som de guitarra com distorção, porém evidentemente com microfonação e posicionamento de amplificador TAMBÉM específicos, obtendo-se um timbre desejado ao resultado final; posteriormente, é possível juntar os dois canais e introduzir os mesmos na mesma música; hoje em dia, tal recurso, é amplamente utilizado em determinados estilos musicais; o rock é um deles, sem dúvida.

A título de curiosidade, é por conta disso que, principalmente nos dias de hoje, vemos tantas bandas brilhantes em estúdio e ruins ao vivo; tal recurso é, sem dúvida, uma faca de dois gumes.

A idéia de McCartney, por fim, era a não utilização de tal recurso; gravando assim todas as músicas "ao vivo", por assim dizer. No jazz, por exêmplo, a utilização de overdubs é quase que um assasinato à sua música; o overdub possibilita um resultado final mais matemático e, a sua não utilização, possibilita um resultado mais musical, orgânico e cru.

Enfim, voltando a Abbey Road, creio que nenhum outro disco da banda é tão rico em arranjos, produção musical, orquestração, composição e execução das músicas. A título de esclarecimento, para algumas músicas, houve a necessidade da utilização de overdubs; mas nada que comprometesse o resultado e filosofia finais pretendidos por McCartney em Abbey Road.

Outro ponto forte do disco é, por fim, a aceitação da crítica, de maneira geral, quanto a enorme qualidade de George Harrison como compositor; as duas músicas de sua autoria que constam no disco, "Here Comes the Sun" e "Something" provam tal enorme capacidade. A primeira, a título de curiosidade, é minha preferida dos Beatles e uma de minhas preferidas de todos os tempos; a segunda, por sua vez, foi regravada por Frank Sinatra e eleita a melhor composição de Harrison por seu companheiro de banda, Paul McCartney.

Particularmente falando, creio que a melhor carreira solo de um ex beatle é a de George Harrison; a cada semana, meu beatle favorito muda em ordem preferencial, mas é de meu bom senso decretar a carreira de Harrison como a mais brilhante de um ex beatle (sem, absolutamente, não desmerecer a carreira dos demais).

Por fim, clássicos como "Come Together" e "Oh! Darling", além das já acima citadas, coroam um trabalho caprichoso, compenetrado e magnífico; Abbey Road é audição obrigatória para qualquer fã de música de qualidade!


Curiosidades sobre Abbey Road:

- Durante as gravações de Abbey Road, o engenheiro de som Geoff Emerick fumava muito os cigarros da marca "Everest". Por algum tempo, ficou decidido entre os Beatles que este seria o nome do disco;


- Eles até pensaram em fretar um jato e ir até o Everest tirar a foto pro disco. Mas como estavam em cima do prazo, decidiram atravéssar a rua, e chamar de Abbey Road em homenagem ao estúdio que serviu a eles durante quase 10 anos;

- Abbey Road é o álbum mais vendido dos Beatles;


- Foi o primeiro disco da história a ser gravado com oito canais de audio;

- Alan Parsons, o assistente de som, produziu o clássico de 1973 "The Dark Side of the Moon" da banda inglesa Pink Floyd (que, com certeza absoluta, ganhará espaço no meu blog posteriormente);

- John Kurlander, o engenheiro de som, foi produtor e diretor de som da trilogia "O Senhor Dos Anéis";

- O fusca da capa está atualmente no museu da Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha;

- Esse foi mais um trabalho dos Beatles envolvendo o polêmico número nove. Sintomaticamente encerrando a carreira dos Beatles (Abbey Road = 9 letras), segue a linha de "Revolution 9" e que depois seria retomada por Lennon em sua carreira solo, # 9 Dream, e em diversas outras citações do ex-beatle;

- Neste álbum, encontra-se a música mais curta dos Beatles (Her Majesty) com apenas 0:23 segundos de duração.


Vídeo:

Here Comes the Sun


Download:

Abbey Road MP3 Download, clique aqui!


Referências Bibliográficas:

National Association of Recording Merchandisers
Google

Divirtam-se!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pet Sounds - Beach Boys, The




Pet Sounds - Beach Boys, The


Track List:


Lado A:

1."Wouldn't It Be Nice" (Wilson, Asher, Mike Love ) – 2:22
Brian Wilson e Mike Love nos vocais
2."You Still Believe In Me" – 2:30
Brian Wilson nos Vocais
3."That's Not Me" – 2:27
Mike Love nos vocais
4."Don't Talk (Put Your Head On My Shoulder)" – 2:51
Brian Wilson nos Vocais
5."I'm Waiting For The Day" – 3:03
Brian Wilson nos Vocais
6."Let's Go Away for Awhile" (Wilson) – 2:18
Instrumental
7."Sloop John B" – 2:56
Brian Wilson e Mike Love nos vocais


Lado B:

1."God Only Knows" – 2:49
Carl Wilson nos vocais,Brian Wilson & Bruce Johnston on the tag
2."I Know There's An Answer" (Wilson, Terry Sachen , Mike Love) – 3:08
Mike Love, Al Jardine, e Brian Wilson nos vocais; originalmente chamada "Hang On to Your Ego"
3."Here Today" – 2:52
Mike Love nos vocais
4."I Just Wasn't Made For These Times" – 3:11
Brian Wilson nos Vocais
5."Pet Sounds" (Wilson)– 2:20
Instrumental
6."Caroline, No" – 2:52
Brian Wilson nos Vocais


Singles:
1. Caroline, No "Summer Means New Love" (Capitol 5610), 7 de Março de 1966 # 32 nos Estados Unidos. (creditado a Brian Wilson)
2. Sloop John B "You're So Good to Me" (Capitol 5602), 21 de Março de 1966 Estados Unidos # 3; Reino Unido # 2
3. Wouldn't It Be Nice "God Only Knows" (Capitol 5706), 11 de Julho de 1966 E.U. # 8 ("God Only Knows" Estados Unidos #39 ; Reino Unido #2)
4. Let's Go Away for Awhil caracterizado como o lado B para o Good Vibrations
5. Here Today caracterizado como o lado B de Darlin


Músicos; dos Beach Boys:

Al Jardine - vocais, tamborimBruce Johnston - vocais
Mike Love - vocais
Brian Wilson - vocais, órgão, piano
Carl Wilson - vocais, guitarra
Dennis Wilson - vocais, bateria


Músicos; Projeto Pet Sounds:

Arnold Belnick - Violino
Chuck Berghofer - Contrabaixo
Hal Blaine - Bateria e percussão
Norman Botnick - Viola
Glen Campbell - Guitarra
Al Casey - Guitarra
Ray Caton - Trompete
Jerry Cole - Guitarra
Kyle Burkett - Guitarra
Andrew Maxson - Contrabaixo
Gary Coleman - Percussão
Mike arul - Guitarra
Al de Lory - Piano, cravo e órgão
Joseph DiFiore - Viola
Justin DiTullio - Violoncelo
Steve Douglas - Saxofones, clarinete, percussão e flauta
Jesse Erlich - Violoncelo
Ritchie Frost - Bateria e percussão
Carl Fortina - Acordeom
James Getzoff - Violino
Jim Gordon - Bateria e percussão
Bill Green - Saxofone, flauta e percussão
Leonard Hartman - Buzina e clarinetes
Jim Horn - Saxofones e flauta
Paul Horn - Saxofone
Harry Hyams - Viola
Jules Jacob - Flauta
Plas Johnson - Saxofone e percussão
Carol Kaye - Contrabaixo elétrico
Barney Kessel - Bandolim e violão
Bobby Klein - Saxofone
Larry Knechtel - Órgão
William Kurasch - Violino
Leonard Malarsky - violino
Frank Marocco - Acordeom
Gail Martin - Trombone
Nick Martínis - Tambores
Terry Melcher - Pandeiro
Mike Melvoin - Cravo
Jay Migliori - Saxofones, clarinetes e flautas
Tommy Morgan - Harpa e gaita
Jack Nimitz - Saxofone
Bill Pitman - guitarra
Ray Pohlman - Bandolim, guitarra e contrabaixo elétrico
Don Randi - Piano
Jerome Reisler - Violino
Lyle Ritz - Contrabaixo acústico
Joseph Saxon - Violoncelo
Ralph Schaffer - Violino
Sid Sharp - Violino
Billy Strange - Guitarra
Ron Swallow - Pandeiro
Ernie Tack - Trombone
Paul Tanner - Electrotheremin
Darrel Terwilliger - Viola
Tommy Tedesco - Guitarra
Julius Wechter - Percussão
Jerry Williams - Percussão
Tibor Zelig - Violino


Produtores:

Ralph Balantin - Engenheiro de mixagem
Bruce Botnick - Engenheiro de mixagem
Chuck Britz - Engenheiro de mixagem
David H. Bowen - Engenheiro de mixagem
Larry Levine - Engenheiro de mixagem


Beach Boys, The:

Beach Boys, The é um banda de rock dos Estados Unidos formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, e é tida como uma das mais influentes da história do rock. Emplacou dúzias de canções nas paradas de sucesso (também emplacou quatro compactos no primeiro lugar entre os mais vendidos nos Estados Unidos da América), além de álbuns recordistas de venda. Foi incluída no Hall da Fama do Rock and Roll em 1988.

O grupo original consistia do cantor-músico-compositor Brian Wilson, seus irmãos Carl e Dennis, o primo Mike Love e o amigo Alan Jardine. Inúmeras mudanças tanto no estilo musical quanto na formação ocorreram durante a turbulenta existência da banda: os problemas psicológicos, abuso de drogas e o eventual afastamento de Brian; as mortes de Dennis em 1983 e Carl em 1998 e as batalhas legais entre os integrantes sobreviventes do grupo.

Foi um grupo que fez praticamente de tudo, surf rock (que foi o estilo inicial, sendo predominantemente do gênero até o sexto álbum, o All Summer Long), passando pela música erudita, country, blues, soul, bossa nova, música havaiana, até hard rock como a All I Want To Do do álbum 20/20 de 1969, entre vários outros já discriminados na discografia. Ajudaram a definir o pop em essência em 1965 com o
Today e Summer Days (And Summer Nights), estilos onde já se encontram os primeiros traços do art rock e do rock psicodélico divulgados pelo Pet Sounds em 1966.


Pet Sounds:

Caros leitores,

conheçam o álbum que, na minha modesta opinião, é o melhor e mais influente de toda a história da música popular no século XX; Pet Sounds!

Devido a minha pouca idade, o ouvi pela primeira vez no ano de 2004; fase esta em que a música, em sua essência, explodia dentro de mim; e eu, por minha vez, absoluto estudioso, entusiasta e dedicado em conhecer TUDO relacionado a mesma (de qualidade, é claro), tive grata surpresa mesmo após 38 (trinta e oito) anos passados do ano de seu lançamento; Pet Sounds me influenciou, posteriormente, de várias maneiras.

Classificaria, vide entusiasmo declarado e evidente acima, como uma das maiores obras primas do século XX ou, porque não, até de todos os tempos.

Para entendermos (ou tentarmos) Pet Sounds, é necessário voltarmos e analisarmos o contexto artístico da música pop da época, e, quais as diretrizes que o rock tomára à mesma. Portanto, vamos lá: Segunda metade da década de 60 (sessenta). Na primeira metade da mesma (e até pouco tempo antes) o contexto do rock assumia, por assim dizer, duas personalidades distintas: As "baladas" românticas com Beatles e afins e o rock em sua essência mais cru, mais protestante, representado principalmente por Rolling Stones e The Who.

Dentro desse contexto, na primeira linha, os próprios Beatles assumiram uma postura mais pretensiosa, com músicas mais bem elaboradas e com instrumentação e melodias mais ousadas, fugindo do "lugar comum". Os stones e o who, por sua vez, seguiram trilhando uma linha mais cru e agressiva, se é que assim pode-se dizer. Por fim, desta "segunda linha" surgiram Black Sabbath, Led Zeppelin e afins, e, posteriormente, o estilo denominado Heavy Metal, com bandas como Iron Maiden, Metallica e assim por diante.

Já a "primeira linha", por sua vez, tomou uma postura mais pretensiosa; surgiam as primeiras vertentes psicodélicas e, concomitantemente, surgiam os discos CONCEITUAIS e todo o movimento hippie, posteriormente. De tal vertente, surgiram com maior notoriedade bandas como Buffalo Springfield, Zombies, The, Love, Cream e afins. A título de curiosidade, de tal vertente surgiu também, posteriormente, o complicado (e por mim até hoje adorado, diga-se de passagem) rock progressivo, onde bandas que começaram com o rock psicodélico obtiveram grande notoriedade, tais como Yes, Genesis, Jethro Tull e, muito provavelmente a mais famosa destas, o PINK FLOYD.

Ao leitor menos familiarizado, um álbum conceitual é uma linha de composição em que, todas as músicas, contribuam para o mesmo efeito final ou para uma história única. Normalmente, na música pop, um álbum de um artista ou de um grupo consiste simplesmente numa série de músicas que o artista ou os membros do grupo escreveram ou escolheram para o integrar.

Pois bem, Pet Sounds surgiu à época dos pretensiosos discos psicodélicos e é, sem sombra de dúvidas, um dos discos conceituais mais influentes da história da música. A idéia do disco era realmente esta; ser uma obra de arte, assim como implicitamente confessara Brian Wilson; E Wilson conseguiu...

Se atentarmo-nos ao número de pessoas envolvidas no projeto PET SOUNDS, da pra se ter idéia do perfeccionismo que cercou o disco, concomitante a idéia psicodélica e a fuga do lugar comum que pretendia seu líder, o gênio Brian Wilson.

O grande mérito de Pet Sounds, na minha modesta opinião, é a fusão da instrumentação absolutamente fora do comum à época (apitos caninos, sinos, cravo e afins) e a determinação de Wilson; seu resultado, até contraditoriamente, é simples (o que, reafirmo, nunca pode ser confundido com fácil), e absolutamente marcante; o que considero o ápice musical para qualquer artista, pois, pensem comigo:


Técnica, qualquer pessoa capacitada pode absorver e realizar trabalhos complexos; mas a complexidade surgida da simplicidade, é para poucos, não há dúvidas.

Por fim, somos presenteados com belíssimas melodias, belíssimos movimentos musicais atípicos, espetaculares harmonias de vozes (o que era peculiar à época e aos Beach Boys, sem dúvida), harmonias simples e absolutamente marcantes, enfim, como disse anteriormente, com uma obra prima.

Considero Pet Sounds uma audição obrigatória a qualquer ser humano que se diz apreciador de música, independentemente de quais suas vertentes musicais preferenciais. A influência de Pet Sounds na música pop é tamanha que, para entendê-la, um dos maiores passos é entendendo o disco.

Audição OBRIGATÓRIA e absolutamente INDISPENSÁVEL!


Vídeo:

God Only Knows


Download:

Pet Sounds MP3 - Clique Aqui!


Referências bibliográficas:

ProgArchives
ÉISSAÊ!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Riding With the King - B.B. King & Eric Clapton


Riding With the King - B.B. King & Eric Clapton


Track List:

1."Riding with the King" (John Hiatt) – 4:23
2."Ten Long Years" (B.B. King, Jules Taub) – 4:40
3."Key to the Highway" (Big Bill Broonzy, Charles Segar) – 3:39
4."Marry You" (Doyle Bramhall II, Susannah Melvoin, Craig Ross, Segar) – 4:59
5."Three O'Clock Blues" (King, Taub) – 8:36
6."Help the Poor" (Charles Singleton) – 5:06
7."I Wanna Be" (Bramhall, Sexton) – 4:45
8."Worried Life Blues" (Big Maceo Merriweather) – 4:25
9."Days of Old" (Jules Bihari, King) – 3:00
10."When My Heart Beats Like a Hammer" (King, Taub) – 7:09
11."Hold On, I'm Comin'" (Isaac Hayes, David Porter) – 6:20
12."Come Rain or Come Shine" (Harold Arlen, Johnny Mercer) – 4:11


Músicos: 

B.B. King – Guitarra e vocais;
Eric Clapton – Guitarra e vocais;
Doyle Bramhall II – Guitarra e backing vocals;
Andy Fairweather-Low – Guitarra;
Jimmie Vaughan – Guitarra;
Joe Sample – Piano e teclados;
Tim Carmon – Orgão;
Nathan East – Contrabaixo;
Steve Gadd – Bateria;
Susannah Melvoin – Backing vocals;
Wendy Melvoin – Backing vocals;
Paul Waller – Sintetizadores.


B.B. King:

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, (16 de Setembro de 1925, Itta Bena, Mississippi) é um guitarrista de Blues e cantor estado-unidense. O "B. B." em seu nome significa Blues Boy, seu pseudônimo como moderador na rádio WDIA.

Começou por tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da Igreja com a Second Street e chegou mesmo a tocar em quatro cidades diferentes aos sábados à noite. É um dos mais reconhecidos guitarristas de Blues da atualidade, sendo por vezes referido como o Rei do Blues. É bastante apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, prefere usar poucas notas.

Certa vez, B.B. King teria dito: "posso fazer uma nota valer por mil". Ocupa a terceira posição na lista dos 100 Maiores Guitarristas da Rolling Stone (não que isto signifique grandes coisas, mãããããs...).


Eric Clapton:

Eric Patrick Clapton CBE (Ripley, 30 de março de 1945) é um guitarrista, cantor e compositor britânico. Apelidado de Slowhand, é considerado um dos melhores guitarristas do mundo.


Embora seu estilo musical tenha variado ao longo de sua carreira, Clapton sempre teve suas raízes ligadas ao blues. Clapton foi considerado inovador pelos críticos em várias fases distintas de sua carreira, atingindo sucesso tanto de crítica quanto de público e tendo várias canções listadas entre as mais populares de todos os tempos, tais como "Layla", "Wonderful Tonight" e a regravação de "I Shot the Sheriff", de Bob Marley.


Riding With the King:

A princípio, poderia citar prêmios e notoriedade por Riding With the King conquistados (e, acreditem-me caros leitores; o mesmo as conquistou); mas não. Prefiro seguir uma linha mais intimista, pessoal e, fundamentalmente, emotiva, como me é peculiar, inclusive (aos que me conhecem, sabem).

Portanto,

Obra prima? Não. Superestimado? Talvez sim, talvez não (particularmente, creio que não). Mas, independentemente de tais qualidades, uma destas é, sob meu ponto de vista, inegável: Riding With the King é um disco "gostoso" de se ouvir. Sincera e honestamente, creio ser este o adjetivo mais condizente quanto ao mesmo. Inclusive, acho que tal peculiaridade diz muito a respeito das carreiras destes dois grandes músicos; suas belas músicas e o clima descontraído (na maioria das vezes) contido nas mesmas; o disco é simples (o que NUNCA pode ser confundido com FÁCIL) e é bom.

Mais uma vez, como não poderia ser diferente, o time de músicos e instrumentistas colaboradores em Riding With the King é notável; não poderia se esperar menos em se tratando do rei e do deus, evidentemente (risos). Meus destaques individuais vão para Steve Gadd e para
Doyle Bramhall II; o primeiro, conceituado baterista, nos mostra uma performance perfeita; com brilhantismo, atua como sideman como poucos, aparecendo nas horas certas e deixando os demais aparecerem, concomitantemente. Já o segundo, por sua vez, nos premia com belíssimos arranjos e bom gosto; Doyle já entra em minha lista de guitarristas preferidos há tempos (em especial por seus trabalhos com Roger Waters; ninguém tocou a obra de David Gilmour com maior maestria e identidade própria do que o mesmo).

Outro destaque que não poderia deixar de citar e, que é visto como um ponto crítico do disco, é sua produção sonora. Aos fãs de blues clássico, ainda mais em se tratando de dois "dinossauros" da música como são King e Clapton, o disco apresenta uma modernidade falha; e, aos que são adeptos de tal opinião, me desculpem pois eu discordo veementemente da mesma e vou além; creio que a fórmula que se mostra perfeita em Riding With the King é justamente a mistura entre o vintage e o moderno, o que acho, além de surpreendente, digno de parabéns aos seus produtores e músicos; tal efeito sonoro faz com que o disco simplesmente não enjoe, tornando-se assim uma obra atemporal, sem sombra de dúvidas.

Por fim, além das peculiaridades citadas acima, no caso de Rinding With the King o "mais do mesmo" funciona perfeitamente bem; as famosas "três notas de sempre" por parte de B.B. King funcionam excepcionalmente bem, as belas melodias e arranjos de Clapton idem e, seu time instrumental, garante um excelente exercício tanto para os ouvidos quanto para a mente; Obra prima ou não, um ótimo disco, sem sombra de dúvidas!


Vídeo:

Riding With the King


Download:

Riding With the King Download - Clique Aqui!


Referências Bibliográficas:

Wikipedia

;)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Planeta Música - Arthur Maia



Planeta Música - Arthur Maia


Track List:


1. "Manugrafia / Deombro" (Jamil Joanes, Arthur Maia, Manuela Maia) ;
2. "Muchacha" (Júlio Martins, Arthur Maia) ;
3. "Gôga" (Arthur Maia) ;
4. "Trilock / Senegal" (Arthur Maia, Mamadour, Babacar) ;
5. "Planeta Música / Cascavel" (Seu Jorge, Kiko Continentino, Arthur Maia, Antônio Adolfo) ;
6. "Depois do Amor" (Juarez Moreira) ;
7. "Cantereira" (Fernando Caneca) ;
8. "A Noite" (Ivan Lins, Victor Martins) ;
9. "Cama de Gato / O Choro" (Rique Pantoja / Arthur Maia) ;
10. "Miles / Stress" (Arthur Maia) .


Arthur Maia:


Baixista, compositor e cantor, Arthur Maia nasceu no Rio de Janeiro a 9 de abril de 1963, iniciando sua carreira como baterista em bailes do subúrbio carioca. Aos 17 anos, começa a se dedicar ao contrabaixo, orientado por seu tio, o contrabaixista Luizão Maia.

Inicia sua trajetória profissional acompanhando músicos como Ivan Lins, Luiz Melodia e Márcio Montarroyos (1976/79). Integrou diversos grupos de música instrumental: "Garage", "Varanda", "Pulsar", destacando-se a "Banda Black Rio".

A partir dos anos 80, participou de dezenas de shows e gravações com grandes nomes da MPB como Jorge Benjor, Gal Costa, Lulu Santos e Caetano Veloso, Djavan, Milton Nascimento, Marisa Monte, Gilberto Gil, entre outros.

Em 1985, passou a fazer parte do grupo "Cama de Gato" , onde faziam parte o pianista Rique Pantoja, o baterista Pascoal Meirelles e o saxofonista Mário Senise.

Mais tarde participou de numa vertente mais pop, fundando o grupo "Egotrip".
Desde 1993 vem acompanhando Gilberto Gil em tours mundiais, além de participar de discos e shows de artistas internacionais, como Ernie Watts, Sheila E., Pat Metheny, Carlos Santana e George Benson.

Seu primeiro disco solo foi gravado em 1990, sendo lançado no Brasil e na Europa, com significativa aceitação de mercado. Um ano depois, recebeu o Prêmio Sharp como revelação instrumental.

Seu segundo CD foi lançado em show no Canecão, com lotação esgotada e consagração da crítica, e, a seguir, em seis países europeus, nos Estados Unidos e no Japão. Em setembro do mesmo ano, se apresentou na casa de espetáculos Town Hall, de New York, no Festival Brasil / New York.


Planeta Música:


Eis o disco que inspirou o título de meu blog. E deixe-me explicar-lhes o porque da analogia, ou, porque não, o "plágio" nominal entre Arthur Maia e Cauê Cruz (meu blog, mais especificamente falando): Ao meu ver, o tema escolhido por Maia, "Planeta Música", é por abordar, absolutamente, diferentes estilos musicais, de diferentes raízes, torando-se portanto uma mistura cultural que trata, fundamentalmente, o melhor da música. Evidentemente, tenho a mesmíssima idéia; por gostar de uma enorme variedade musical, mas, fundamentalmente, de uma variedade qualitativa, inspirado em Arthur Maia, tomei a liberdade de explorar o tema Planeta Música; e, porque não, de homenageá-lo, concomitantemente.

As primeiras imprssões que tive ao ouvir Planeta Música, foram absolutamente simples e marcantes.

É, primeiramente, sensacional sabermos que temos, em nosso país, um músico tão fora de série como Arthur Maia; funciona bem como um tapa na cara de muita gente por aqui que tem olhos, em se tratando de música é claro, apenas para estrangeiros. Temos, no Brasil, uma safra tão boa quiçá melhor do que a música norte americana, britânica, européia ou afins. Só comprova a máxima de que preconceito nada mais passa do que falta de conhecimento de causa. Simples.

Outra impressão muito clara é o quanto Arthur Maia sabe tirar um belo som de seu contrabaixo. É impressionante. Em Planeta Música, o mesmo explora uma variedade de técnicas e timbres interessantíssimos e com uma linguagem musical absolutamente ampla; o disco deixa claro que o principal destaque neste ótimo músico / instrumentista é sua versatilidade; tocando de funk ao samba, jazz ao reggae, Arthur Maia sabe trabalhar e produzir muito bem em qualquer linguagem musical.

Por fim, para você, caro leitor, o que é o estilo, e porque não rótulo musical especificado "Fusion"?Alguns dizem que é a mistura do Jazz com o Rock (inclusive, o mesmo ficou famoso sob este rótulo, quando surgiu). E alguns denominam Fusion, até os dias de hoje, sob estas duas linguagens musicais específicas. Eu, Cauê Cruz, creio que Fusion é a mistura de quaisquer estilos / linguagens / filosofias e outros valores musicais, dentro da música popular. Planeta Música possuí uma excelente mistura de samba, funk e jazz, fundamentalmente, tornando-se um excelente disco de fusion; ainda que, eu trabalhe com a teoria de que quando o músico / banda / artista é acima da média, é dificílimo rotulá-lo.

Enfim este é Planeta Música, dançante, contagiante, com excepcionais músicos convidados, melodias e harmonias simples (o que jamais pode ser confundido com fáceis) porém marcantes, o considero indispensável em qualquer discografia pessoal (ou não); sendo você, caro leitor, músico ou não!


Vídeo:

Arthur Maia Live



Download:

Planeta Música MP3 Download - Clique Aqui!



Referencias Bibliográficas:

Clube de Jazz



Observação: Não listei o tempo das músicas nem os músicos em específico por falta de precisão nas informações pesquisadas sobre o disco.