sábado, 12 de março de 2011

Sanfona - Egberto Gismonti



Sanfona - Egberto Gismonti


Track List:


Disco 1:

1. "Maracatu"
2. "10 Anos"
3. "Frevo"
4. "Lôro"
5. "Em família"


Disco 2:

6. "De repente"
7. "Vale do Eco"
8. "Cavaquinho"
9. "12 de Fevereito"
10. "Carta de Amor"


Músicos:


Egberto Gismonti - Piano
Mauro Senise - Flauta e Saxofone
Nenê - Bateria
Zeca Assumpção - Contrabaixo


Egberto Gismonti:


O multi-instrumentista, compositor e arranjador brasileiro Egberto Amin Gismonti é certamente dono de uma das obras mais vastas e coerentes dentro da música brasileira. Nascido no Rio de Janeiro, numa família bastante musical, começou seus estudos aos cinco anos de idade. Estudou flauta, clarinete, violão e piano - este último, inclusive tendo como professor o renomado Jacques Klein. Em 1968 chamou a atenção do público e da crítica com sua composição “O Sonho”. De 1968 a 1971 residiu na França, onde estudou com os expoentes da música erudita contemporânea Jean Barraqué e Nadia Boulanger. Esta o encorajou a se voltar para as linguagens musicais brasileiras e não se deixar influenciar demasiado pela música européia. Em 1969 lançou seu primeiro disco, intitulado Egberto Gismonti. Ao voltar ao Brasil, estabeleceu-se em Teresópolis. No decorrer dos anos 70, a música de Gismonti foi se orientando para o lado instrumental e para estruturas mais complexas, o que dificultou seu relacionamento com o selo EMI/Odeon, para o qual gravava.

Em 1976 gravou, com o grande percussionista Naná Vasconcelos, o seu primeiro disco para a ECM, o hoje clássico Dança das Cabeças. Nesse trabalho, internacionalmente elogiado, o virtuosismo violonístico de Gismonti aparece em toda a sua plenitude. É interessante notar que Gismonti só começou a tocar seriamente o violão em 1968, após muitos anos de estudo sistemático de piano. Em busca de um veículo mais adequado à sua música e à sua técnica, Gismonti migrou, ao longo dos anos, do violão de seis cordas sucessivamente para instrumentos de 8, 10, 12 e 14 cordas. Paralelamente, nunca deixou de ser um virtuose do piano.


Sanfona:


Caríssimos amigos leitores! Antes de mais nada, gostaria, a título de auto satisfação (risos), explicar-lhes o porque não postei em meu blog nas últimas semanas: Estava em Salvador. Acreditem-me. No Carnaval, em Salvador.

Até pensei em dividir convosco, leitores do Planeta Música Inteligente, algumas das boas experiências musicais por lá vividas (pois, acreditem-me; houveram). Mas como atualmente direciono este espaço para tratar de artistas em específico, resolvi postar em outro de meus espaços, o meu outro blog "Fear Of A Blank Planet". Caso alguém tenha interesse em ler o que escrevi sobre:

Fear Of A Blank Planet - Link Direto

Agora, por fim, comecemos com "Sanfona", de Mestre Egberto Gismonti. 
Particularmente falando, Gismonti é meu músico favorito que diz respeito à Música Instrumental Brasileira; Da qual sou fã declarado.

Lembro-me perfeitamente tantos anos atrás, em minha aula de Educação Artística, minha professora havia solicitado um trabalho citando a história de um artista / banda da qual mais gostássemos. Elaborei um detalhado trabalho sobre o RUSH, minha banda favorita e fui todo feliz entregá-lo. Tal trabalho, como descobri ao entregá-lo, era para se tratar de música brasileira; e minha professora, num desdém enorme, sugeriu que eu refizesse meu trabalho direcionando-me para artistas, segundo ela, "de verdade". Não pensei duas vezes e fiz um trabalho perfeito sobre mestre Gismonti e seu disco "Circense". E a expressão de minha professora ao ver meu trabalho foi algo que nunca esquecerei em minha vida...

Enfim,

Nenhum artista da MIB é tão brilhante, sensitivo, musical, intelectual e, fundamentalmente bom, quanto é Gismonti. O mesmo destaca-se principalmente por sua virtuose como multi instrumentista (especialmente no piano e no violão), seus arranjos megalomaníacos (que une sensitividade há musicalidade de uma maneira única) e sua versatilidade (gravando de mpb à música erudita). Sem dúvida, um dos grandes compositores da Música Inteligente de todos os tempos!

E, particularmente falando, "Sanfona", ao lado de "Circense", são meus discos favoritos deste magnífico artista.

"Sanfona" traz uma de minhas músicas favoritas de todos os tempos; "Maracatu". Gismonti explora temas tão diversos, tão amplos... que dispensa qualquer tipo de comentário. A título de curiosidade, uma de minhas primeiras gravações como técnico de som foi justamente uma banda de jazz executando esta música; confesso que poucas vezes captei e mixei uma banda como aquela (risos). Caso alguém tenha interesse em ouvir, eu disponibilizo posteriormente.

O ponto notável de "Sanfona" é que, no primeiro disco, Gismonti toca sozinho; e no segundo é acompanhado pela "Academia de Danças", banda que já gravara com Gismonti anteriormente em um disco auto intitulado. Nem é necessário afirmar o quão um músico precisa ser acima da média para poder gravar e arranjar um disco sozinho. Coisa, caros amigos, de gênio.

Por fim, a música de Egberto Gismonti abrange uma vasta gama de paletas sonoras, texturas, dialetos musicais e estados de espírito. Pode soar grandiosa ou introspectiva, dramática ou lúdica, nostálgica ou futurista, brasileira ou oriental. Suas composições são concebidas para os mais variados efetivos instrumentais, desde o violão solo até a orquestra sinfônica, passando pelos instrumentos étnicos e os teclados eletrônicos. Entre as principais influências de sua linguagem musical, podemos citar Heitor Villa-Lobos, Maurice Ravel, Django Reinhardt, John McLaughlin, Baden Powell, Astor Piazzolla, o folclore nordestino e do centro-oeste brasileiro, a música indígena e a música indiana, entre outras. MESTRE!

Altamente recomendável!


Vídeo:




Referências Bibliográficas:


Ejazz



Éissaê!

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