sábado, 29 de março de 2014

Trans Europe Express, por Kraftwerk. Por que há música eletrônica de qualidade!



Trans Europe Express - Kraftwerk

Ficha Técnica:

Banda: Kraftwerk
Álbum: Trans Europe Express
Ano: 1977
Selo: EMI
Tipo: Estúdio

Faixas:

1 - "Europe Endless" (Ralf Hütter, Florian Schneider) – 9:35 
2 - "The Hall of Mirrors" (Ralf Hütter, Florian Schneider, Emil Schult) – 7:50 
3 - "Showroom Dummies" (Ralf Hütter) – 6:10 
4 - "Trans-Europe Express" (Ralf Hütter, Emil Schult)1 – 6:40 
5 - "Metal on Metal" (Ralf Hütter) – 6:52 
6 - "Franz Schubert" (Ralf Hütter) – 4:25 
7 - "Endless Endless" (Ralf Hütter, Florian Schneider) – 0:55

Integrantes:

Ralf Hütter - sintetizadores, voz.
Florian Schneider - sintetizadores, voz. 
Karl Bartos - percussão eletrônica.
Wolfgang Flür - percussão eletrônica.


[...]

Boa tarde amigos da música inteligente!

Vamos falar de música eletrônica?

Quanto ao tema em baila, após uma generosa "torcida de nariz", determinado público musical não compreende a música eletrônica como música de qualidade. Até certa medida, tal pré-conceito é aceitável; via de regra, a música pop (no sentido popular da alcunha) atual, é de péssima qualidade.

Nesse sentido, há, atualmente, um paradoxo no que tange a música eletrônica: há uma vertente de qualidade, cujo exemplo mais recente baseia-se no estrondoso sucesso do Daft Punk, com sua obra-prima (na minha opinião) Random Access Memories, e há uma vertente, atualmente majoritária, de péssima qualidade, cujo exemplo mais recente, por sua vez, baseia-se na imbecilidade coletiva ocorrida no show do David Guetta, que derrubou um pendrive de seu computador e, "coincidentemente", sua música parou de sair no P.A. (que atende pelo nome de plágio); não obstante, seu público adolescente, aplaudiu o feito (veja aqui).

Entretanto, em que pese a música popular majoritária atravessar um processo de imbecilidade massificada coletiva, para toda regra há uma exceção; há, sim, música eletrônica de extremada qualidade, e o que é curioso: elaborada desde a década de setenta. Refiro-me, é claro, aos gênios do Kraftwerk.

No final dos anos sessenta e início dos anos setenta do século XX, a música alemã atravessa uma vertente experimental denominada krautrock e, concomitantemente, a cena musical popular era dominada pelo rock psicodélico e progressivo, com o início da utilização de sintetizadores - espécie de instrumento musical eletrônico "gerador" de sons artificiais. Nesse contexto e ante essas influências, surgia o Kraftwerk, grupo alemão fundado por Florian Scneider e Ralf Hütter, que significa usina de energia em alemão.

Sob uma postura vanguardista em referência à música eletrônica, somente na década de 70, o Kraftwerk lançou sete álbuns. Nosso destaque, à priori, fica para o estrondoso sucesso de "Autobahn", álbum que mesclara a música eletrônica ao rock progressivo, contando inclusive com faixas longas, amplamente elaboradas à época. Sem dúvida, Autobahn é uma das obras-primas do grupo alemão.

Nosso principal destaque, porém, vide o título da postagem, fica por conta de Trans Europe (ou Europa, como fora lançado na Alemanha) Express, obra-prima considerada não apenas em relação à sua carreira, mas sim em relação a história da música popular ocidental.

Lançado em 1977, o Kraftwerk recriou-se em Trans Europe Express; há uma clara influência da música clássica em suas melodias brilhantemente arranjadas para a sua música; indo além, o trabalho sequencial no que tange ao uso de elementos eletrônicos fora todo renovado. O resultado? Uma música pop eletrônica inteligente e de extremado bom gosto.

Não à toa, o álbum em referência é considerado pela crítica especializada (bleah!) um dos maiores da história, alcançando marcas interessantes, como, exemplificativamente, o trigésimo sexto melhor álbum de todos os tempos para o New Musical Express e o ducentésimo quinquagésimo terceiro lugar entre os quinhentos melhores álbuns de todos os tempos segundo a Revista Rolling Stone. Particularmente, sou avesso a lista de melhores, ainda mais quando elaboradas pela crítica pseudo especializada; mas vale a marca, neste caso, para ratificar a qualidade do álbum em baila.

O som do Kraftwerk, de maneira generalizada, pode não agradar na primeira audição; porém, vale o exercício, de extremado bom gosto e absolutamente viciante.

Ainda na ativa, os revolucionários alemães influenciaram os mais variados gêneros musicais e artistas da música pop; falamos aqui de David Bowie, Joy Division, New Order, Duran Duran, Iggy Pop etc., além de toda cena musical megalômana e new wave da década de oitenta. 

A música de qualidade, meus amigos, vai além de rótulos e, acima de tudo, é atemporal. 


Autobahn - Full Album

Trans Europe Express Full Album

Enjoy!



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