sábado, 1 de janeiro de 2011

Live from the Blue Note Tokyo - Chick Corea & Akoustic Band


Live from the Blue Note Tokio - Chick Corea & Akoustic Band



Track List:


1.   "Humpty Dumpty"  -  8:51   
2.   "New Waltse"  -  11:32   
3.   "With a Song in My Heart"  -  8:45   
4.   "Chasin' the Train"  -  11:06 
5.   "Summer Night"  -  10:16 
6.   "Tumba"  -  12:30 
7.   "Autum Leaves"  -  9:26   

Músicos:


Chick Corea - Piano acústico e elétrico
John Patittuci - Contrabaixo Acústico
Vinnie Colaiuta - Bateria


Chick Corea:


Armando Anthony "Chick" Corea (Chelsea, 12 de junho de 1941) é um pianista e tecladista de jazz norte-americano e um compositor bastante conhecido por seu trabalho na década de 1970 no gênero chamado jazz fusion, apesar de ter contribuições significativas para o jazz tradicional.

Participou da criação do movimento electric fusion como membro da banda de Miles Davis na década de 1960, e, nos anos 1970, fez parte do grupo Return to Forever.

Continuou a buscar outros colaboradores e a explorar vários estilos e gêneros musicais nos anos 1980 e 1990. Entre os pianistas de jazz, Corea é considerado um dos mais influentes, desde Bill Evans (junto com Herbie Hancock, McCoy Tyner e Keith Jarrett). Também é conhecido por ser um promotor da cientologia.


Live from the Blue Note Tokio:


Caros leitores,


Um felicíssimo ano novo para nós! E uma década repleta de sucesso, também!

E voltamos ao jazz!
Conheçam, caros amigos leitores, meu "jazzista" favorito: Armando Anthony Corea, vulgo Chick Corea. É dificílimo eleger, num ramo musical tão absolutamente vasto e com tantos músicos de qualidade como o jazz (e todas suas inúmeras vertentes), com músicos tais do porte, por exemplo, de Miles Davis (meu segundo favorito), John Coltrane, Herbie Hancock e afins um músico que ganhe sua preferência; porém, desde que ouvi Corea pela primeira vez, tive tal certeza; tecnicamente brilhante, pupilo de Miles, músico de primeiríssima linha, Corea é completo e considero grande parte de sua carreira como perfeita.

Conhecemos aqui, um de seus vários projetos musicais; a Akoustic Band, de sonoridade mais simples e direta e que, fundamentalmente, explora o jazz contemporâneo, enfim. Talvez a Elektric Band (que representa seu amadurecimento no FUSION) ainda seja meu projeto favorito de Corea (e no qual retratarei na próxima semana); mas a Akoustic Band, sem dúvida, não fica atrás tanto em musicalidade quanto em meu gosto pessoal.

Minha escolha para o primeiro dia e sábado do ano foge um pouco a filosofia dos últimos discos que venho trabalhado; Os projetos anteriores eram de caráter mais pretensioso, grandes produções, vários músicos envolvidos e afins; O "live from the blue note tokyo" foge completamente a tal filosofia de trabalho; a própria idéia da Akoustic Band de Corea foge ao preciosismo e megalomania; é jazz. Ainda que mais puxado para o contemporâneo e com influências eruditas, é jazz. Se olharmos o texto acima, o disco conta apenas com três músicos / instrumentistas; piano, contrabaixo e bateria.

Pois bem, a primeira peculiaridade que gostaria de destacar do disco é sua maneira simples de gravação; como toda gravação de jazz que se preze, a mesma conta apenas com uma captação de áudio simples; a mixagem e masterização, cada qual por sua vez e respectivamente, são ainda mais simples; sem a utilização de inúmeros periféricos, em especial dos "estabilizadores de dinâmica", em especial do compressor e gate.

Ao leitor menos familiarizado com tais termos e recursos de áudio acima citados, deixe-me explicar-lhes (ou tentar, enfim): Em diversos estilos musicais (e aqui prefiro não exemplificar para não causar ainda mais polêmica), muitos músicos não tem noção de dinâmica musical, ora por falta de estudos ora por falta de um orientador,  portanto, existem N recursos de áudio hoje em dia que tem por principal objetivo estabilizar tais dinâmicas musicais; Por outro lado, ainda que não como via de regra mas certamente em se tratando de uma maioria, os músicos de estilos mais requintados, tais quais como jazz e música clássica especialmente, estudam, além de métodos técnicos para seu instrumento musical, dinâmica (em especial por treino de percepção); sendo assim, a utilização de tais recursos de áudio torna-se, além de nula (como deve ser), um "assassinato", por assim dizer, a toda musicalidade de seus instrumentistas. Tanto é que, numa gravação de jazz (isto falo eu que já realizei algumas), a captação da gravação é feita ao vivo, impreterivelmente. Todos os músicos gravando juntos, explorando sua musicalidade e inspiração momentânea; esta é a filosofia histórica do estilo. Overdubs e afins muito raramente são utilizados, concomitantemente.

Em suma, o segredo para um bom resultado de produção em se tratando de jazz, tanto uma gravação realizada em estúdio ou ao vivo, é única e exclusivamente deixar a coisa toda acontecer; quem manda são os músicos, invariavelmente. É óbvio que a utilização de equipamentos de captação de áudio e, posteriormente, timbres com sonoridade mais vintage ajuda no "clímax" de sua enorme riqueza atemporal; porém, mais do que isso, estraga.

Live from the blue note tokyo é simples, é música pura e toda as atenções são voltadas única e exclusivamente para isto. Alias, perdoem-me; simples é blasfemar, por absoluto, toda sua enorme riqueza musical. Tal disco é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores que já ouvi na vida; apenas três músicos realizando um trabalho tão brilhante, tão único que, considero um disco acima de qualquer comparação.

A riqueza de seus improvisos, convenções, melodias, harmonias... são absolutamente embasbacantes. Chick Corea, por sua vez, é novamente brilhante; creio que sua principal qualidade como músico, especificamente falando (e não como instrumentista), é sua capacidade de saber a hora de aparecer e a hora dos outros aparecerem. Para mim, não há nada mais admirável do que um músico com esse tipo de percepção; traço esse tipo de parâmetro em comparativo entre um outro projeto de Corea, este meu preferido, a Elektric Band e, por exemplo, uma banda de "Metal Progressivo" (e aqui novamente não farei citações nominais específicas para evitar polêmicas e divergências de opiniões). Além dos músicos do Corea serem do mais alto padrão musical, todos eles sabem a hora de aparecer e a hora de deixar os outros aparecerem; já outras inúmeras bandas do estilo acima citado, aparentemente, vivem uma guerra de egos, inúmeros conflitos musicais e, fundamentalmente, um querendo aparecer mais do que o outro. Mora aí, caros amigos leitores, a diferença entre um bom MÚSICO (aquele que, além de bom instrumentista sabe a hora dos outros aparecerem) e INSTRUMENTISTA (músico que não tem sensibilidade para deixar os outros aparecerem). O Live from the Blue Note Tokyo dá um banho de musicalidade nesse sentido, uma verdadeira aula, sem dúvida.

Por fim, faço um destaque individual (se é que isso é possível) do disco; a presença de Vinnie Colaiuta na bateria. Não há baterista mais versátil do que Colaiuta na música popular; seus trabalhos vão, por exemplo, de Chick Corea há Megadeth. Os dois trabalhos anteriores de Corea com a Akoustic Band contam com Dave Weckl na bateria (assimo como na Elektric Band, também); e, embora este seja um de meus três bateristas favoritos de todos os tempos, creio que em se tratando de jazz, Colaiuta toca com maior maestria do que Weckl, na minha modesta opinião, é claro.

Ao ouvinte de música de qualidade e de jazz, audição única e absolutamente indispensável; este é "Live from the Blue Note Tokyo" de Armando Anthony Chick Corea com sua espetacular Akoustic Band!


Vídeo:


Akoustic Band LIVE!


Download:


MP3 para download e para ouvir: Clique Aqui!


Referências Bibliográficas:


PorgArchives



A HAPPY NEW DECADE!

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